As consequências da COVID-19 no mercado de trabalho e na própria maneira como conduzimos os negócios apenas agora começam a serem conhecidos a fundo, mas é já claro que as profissionais do género feminino foram e serão particularmente afetadas negativamente pelo fenómeno.
A pandemia provou ser um revés no tocante ao progresso feminino no contexto laboral, uma vez que os setores afetados pela pandemia empregam um número significativo de mulheres. Adicionalmente, o próprio desgaste emocional da pandemia é mais contundente para as mulheres dado que, segundo um estudo das Nações Unidas, a preocupação e o trabalho extra com as crianças e tarefas domésticas recaem sobre os elementos femininos de um agregado.
Esta perceção do papel feminino no tocante à prestação de cuidados no seio familiar veio agravar dissimilitudes no seio da pandemia, uma vez que cerca de 17% das mulheres abdicam (total ou parcialmente, temporária ou definitivamente) do pleno envolvimento no trabalho remunerado para prestar assistência familiar – apenas 9% dos homens acarretam esforços semelhantes.
Por fim, importa realçar que estas assimetrias são também corroboradas pelo facto de que as mulheres foram as principais concorrentes ao apoio extraordinário à família, sendo que mais de 80% dos beneficiários deste apoio são do sexo feminino.