Segundo um estudo do Instituto Nacional de Estatísticas, apenas 10% dos portugueses entre os 25 e 64 anos frequentaram programas de formação durante o ano de 2020. De acordo com o “Guia para adultos: como aprender ao longo da vida?”, desenvolvido pela Fundação José Neves, alguns dos motivos para este número flagrante são a falta de tempo e disponibilidade (58,9%), os custos financeiros (38,9%) e razões familiares (32,4%),
A digitalização e globalização do mundo do trabalho, que já se sentem e irão agudizar-se nos anos vindouros, ditam a necessidade de uma aposta individual e organizacional na aprendizagem ao longo da vida, como indica o relatório da Fundação José Neves, disponível no website da instituição. Sob a bandeira de “ninguém está imune”, este relatório alerta para as alterações sistémicas no mercado de trabalho que provocarão o desaparecimento de determinadas profissões, e a alteração profunda inclusive de profissões mais qualificadas. Portanto, é urgente a priorização da aprendizagem, para que todos estejam capacitados a evitar os riscos e aproveitar as oportunidades insurgentes.
Não obstante, além de um contexto limitativo - Portugal é apontado pela OCDE como um dos países com pior enquadramento financeiro para a educação a aprendizagem ao longo da vida -, os portugueses não posicionam a aprendizagem no topo da lista de prioridades: segundo um inquérito de 2016 do Eurostat, 32,9% dos adultos portugueses não frequentaram nem pretendiam frequentar ações de formação.
Além de abrir o leque de oportunidades profissionais, a formação beneficia os formandos em variados aspetos: melhora a performance e satisfação profissional, potencializa o avanço na carreira, permite a transição para outra profissão e impulsiona a resiliência e a adaptabilidade.