A cultura organizacional é o modo como o trabalho é realizado na organização, é a mão invisível que pode acelerar ou desacelerar a estratégia da empresa. A força da cultura é determinada pelo quão bem se encontra alinhada com a estratégia de negócio. Daqui depreendemos a relevância de adaptarmos a cultura da organização ao seu propósito de negócio, ou seja, alinhar a estratégia de recursos humanos com a estratégia da empresa (como se contrata, como se vende o produto/serviço, como se envolve os clientes, como nos posicionamos no mercado, entre outros). No entanto, munir-se de uma definição do que é a cultura da organização não é o suficiente. É particularmente relevante a perspetiva dos/as colaboradores/as, dos clientes e dos parceiros. Ou seja, a perspetiva de quem rodeia e vive a organização.
Já os valores são princípios e crenças que servem de guia ou critério para os comportamentos, atitudes e decisões tomadas por qualquer individuo da organização. Laluyaux (CEO da Anaplan, uma empresa de referência na área do planeamento estratégico e financeiro), a propósito, levanta uma questão particularmente relevante: Como tornar os valores tangíveis? Como fazer deles mais do que palavras nas nossas bocas e nas dos outros? E responde com uma valiosa lição. Quando a organização cresce é importante dar mais valor ao processo de tomada de decisão do que propriamente às decisões em si. Os processos ganham assim uma nova dimensão. Deve-se, por isso, manter a consistência no modo como se opera. Este é um modo visível de reforçar a cultura da organização. A empresa está a demonstrar aos/às colaboradores/as qual é o seu modo de atuação.
No entanto, criar uma cultura organizacional forte acarreta algumas consequências. Por muito difícil e complexo que possa ser, é importantíssimo admitir que nem sempre a cultura que se vive na organização funcionará com todos/as os/as colaboradores/as. Uma cultura forte tanto pode ser adorada como detestada. Geralmente, não existe um meio-termo. Nesse sentido, é necessário permitir aos/às colaboradores/as que abandonem a organização. Nem sempre funciona e não há problema.
Em suma, o melhor modo de vivenciar a cultura que existe na organização é mais do que realizar um estudo, mas sim passando tempo com os/as colaboradores/as, com os clientes, com os parceiros de negócio e contar histórias. Mas porquê contar histórias? A sua história é a sua cara. Ela conta de onde vem, para onde vai e como e com quem vai fazer esse percurso. A sua história é a sua identidade.
Sara Oliveira
Consultora
EDIT VALUE® Formação Empresarial