08 março, 2017

Talentos procuram-se! E que competências devem trazer na bagagem?



A relação indivíduo-tecnologia, tem vindo a contribuir para o desenvolvimento de mundos fechados onde a interação social se faz através da rede online onde tudo é permitido dizer ou fazer. O feedback é menos construtivo e os laços de confiança atenuam-se entre a realidade e a virtualidade. Soft skills como a comunicação, trabalho em equipa, resiliência e gestão das emoções são ferramentas cada vez mais necessárias para integrar o mercado de trabalho e lidar com os problemas do dia-a-dia das empresas.

As novas gerações chegam ao mercado de trabalho ávidas de conhecimento e a palpitar por novos desafios e aventuras. Trazem na bagagem sonhos, espectativas e metas que querem alcançar na distância do tal click. Pintam, na sua mente uma tela, em que nos ambientes de trabalho brota a felicidade, mas com representações abstratas do que é uma organização e como ela se move interna e externamente. Confinam-se cada vez mais à comunicação online, onde o email serve como elemento prova de tudo aquilo que lhes foi dito. Gostam dos “phones” nos ouvidos, pois só assim conseguem concentração e porque o outro não partilha dos mesmos gostos musicais. Mas reclamam o mesmo que as gerações anteriores: atenção, compromisso do outro, partilha, trabalho em equipa, motivação, demonstrando que é no relacionamento com os outros que vão buscar a força anímica para fazer diferente e espelhar os seus “verdadeiros talentos”.

Pese embora o local de trabalho de futuro possa ser projetado como sendo cada vez mais virtual, na casa, no carro, no telemóvel e sim à distância do tal click, continuaremos a necessitar de competências de trabalho em equipa para resolver os problemas que surgem a uma velocidade estonteante e que proporcionem clareza do ambiente organizacional, que envolve todos mas que está mascarado pela tal virtualidade.

Não tendo a certeza das funções do amanhã e que competências técnicas serão mais valorizadas, porque o mundo está a girar mais depressa do que alguma vez aconteceu, há uma consciência global que as competências decisivas para o mercado de trabalho já em 2020, se centrarão nas soft skills, que alimentarão depois a capacidade de aprendizagem das hard skills. Segundo o "World Economic Forum", competências como: capacidade de resolver problemas complexos, pensamento crítico, criatividade, coordenação com os outros e inteligência emocional serão as mais valorizadas nos profissionais do amanhã porque permitirão mover-se no trilho do desconhecido e da inovação constante.

Uma certeza temos em comum a tantos outros profissionais da área de recursos humanos, gestores e administradores de empresas: é cada vez mais difícil recrutar a pessoa certa para o lugar certo, porque a pessoa certa não responde aos requisitos do lugar certo. E não falamos de requisitos de conhecimento técnico, este pode estar lá, mas de competências pessoais que terão elevados impactos no desempenho profissional. Por este facto, o foco passa a ser o indivíduo, a pessoa em si para que depois a partir da individualidade de cada um, sejamos capazes de construir a teia de relações entre todos que favoreçam o crescimento da organização.

Sandra Araújo | Sara Oliveira
Gestora de Recursos Humanos | Consultora-Formadora
EDIT VALUE® Formação Empresarial