01 junho, 2016

Inteligentes já somos! E emocionalmente inteligentes?



No passado, a emoção foi considerada uma interferência no pensamento racional e lógico. A imaturidade e confusão associadas à emoção deveriam ser excluídas se o importante fosse pensar com clareza. Nos últimos anos, a emoção começou a ser vista como adaptativa, útil e funcional. As emoções organizam o nosso pensamento, facilitam a identificação do foco de atenção e motivam o nosso comportamento. As pessoas emocionalmente inteligentes têm maior facilidade em reconhecer, processar e lidar com as suas emoções e com as dos outros de forma eficaz e eficiente. Como as organizações são espaços onde os problemas surgem e as pessoas trabalham num circuito de interações com os outros, a informação emocional desempenha um papel vital na vida das pessoas - a nível pessoal e profissional.

Em contexto organizacional, gestores emocionalmente inteligentes podem dirigir a sua organização sob pressão, analisar os problemas e resolvê-los de forma mais criativa, tomar decisões e gerir uma força de trabalho diversificada, ajudando a equipa a esclarecer questões, a resolver conflitos e a desenvolver-se. Os vendedores emocionalmente inteligentes superam barreiras para atingir metas e redirecionam os esforços no sentido de obter resultados positivos. Os trabalhadores emocionalmente inteligentes são “jogadores da equipa”, que gostam de ir trabalhar e se orgulham da sua dedicação ao melhor desempenho no trabalho.

Gestores, líderes e supervisores que lidem facilmente com as suas emoções são mais atrativos para os seus pares e parceiros, porque estes vêem-nos como superiores exemplares, inspiradores e confiantes. A investigação recente tem mostrado que formação/educação de elevada qualidade, raciocínio analítico, pensamento crítico e criatividade na resolução dos problemas não resultam por si só numa boa liderança.

Atualmente os líderes enfrentam numerosos desafios e para que trabalhem eficazmente com os seus colaboradores e colegas necessitam de excelentes habilidades interpessoais. Os líderes devem estar capazes de influenciar, persuadir e negociar, usando competências de comunicação sólidas. Para motivar e inspirar, um líder precisa de alcançar a mente e o coração dos colaboradores! E isso convoca a capacidade de compreender o que é importante para as pessoas e a forma como elas devem ser envolvidas no projeto organizacional.

A investigação tem tornado evidente a ligação entre Inteligência Emocional e resultados positivos em contexto de trabalho. A inteligência emocional ajuda qualquer ator organizacional a melhorar o seu desempenho, facilitando-lhes a compreensão e a gestão das suas emoções, o que lhes permite lidar de forma mais eficiente com as exigências do trabalho. 

Ana Rodrigues
Consultora Formadora em Gestão de Recursos Humanos
Doutoranda em Ciências Empresariais na EEG | UM