04 maio, 2016

Experiência ou o Talento?



Na maioria das vezes avaliam-se os candidatos para posições de gestão ou outras com base na experiência. No momento da contratação ou em decisões de promoção esta parece ser uma premissa do senso comum. No entanto, existem investigações que apoiam a ideia de que a experiência só por si não contribui para oportunidades de aprendizagem que se traduzem em melhores capacidades práticas para a organização. Para além disso, sustentam que a qualidade da experiência e o tempo na função não são, necessariamente, a mesma coisa.

Sabe-se que existem diversas variáveis que influenciam a possibilidade de transferência de experiência. A qualidade e diversidade da experiência são aspetos a considerar antes de se assumir imediatamente que o tempo permanecido numa função é uma medida de experiência. Para além disso, todas as situações onde a experiência é obtida não são comparáveis às situações novas. As funções podem ser diferentes, a estrutura de apoio, a cultura da organização e os colegas da equipa.

Não será então mais pertinente focar na qualidade da experiência e na importância que essa experiência poderá ter nas novas situações a enfrentar?

E o talento? Não raras as vezes adotam-se políticas de gestão centradas no potencial dos colaboradores e onde eles podem chegar verticalmente e talvez a ideia de reverter o foco para a criação de condições para fazer sobressair o melhor que cada pessoa consegue dar poderá ser um passo importante na gestão de pessoas.

Entende-se que para mudança de paradigmas associados a estes conceitos será fundamental o papel da liderança na ativação de fatores motivacionais mas também um processo de autoconhecimento das pessoas porque quem não estiver disposto a conhecer as suas fragilidades e limitações será mais difícil participar em processos de desenvolvimento pessoal.

Já pensou como desenvolver os talentos na organização?

Manuela Cunha
HR Specialist IKEA Portugal
www.ikea.pt