A desigualdade salarial entre homens e mulheres é tanto maior quanto mais elevado o nível de qualificação, de acordo com os últimos dados divulgados pela CITE - Comissão para a Igualdade no Trabalho e Emprego. Em média, as mulheres portuguesas ganham menos 185 euros do que os homens. Segundo um estudo global realizado em 600 mil empresas de todo o mundo, conclui-se que as mulheres ocupam 42,2% dos lugares nas empresas, mas apenas asseguram 28,5% dos cargos de liderança.
A análise pelos setores de atividade permite ainda aferir que a banca é o setor económico com menos mulheres na chefia sendo o setor dos serviços aquele que apresenta um maior número de mulheres a liderar equipas (36,5%), seguido pela restauração e hotelaria (32,5%).
O relatório, que examina as leis que impedem o emprego e o empreendedorismo das mulheres, concluiu ainda que as mulheres enfrentam restrições ao trabalho em 100 dos 173 países analisados sendo que na lista das restrições apresentadas consta a proibição de realizar determinados trabalhos em fábricas em 41 países, a proibição de trabalhar à noite em 29 países e não poderem aceitar um emprego sem a permissão do marido em 18 países. De salientar ainda que em 30 países as mulheres casadas não podem escolher onde morar e, em 19, são legalmente obrigadas a obedecer ao marido.
Apesar do progresso, as leis que limitam o avanço económico das mulheres continuam amplamente presentes em todo o mundo dando ainda conta que a violência e a falta de emprego estão entre as principais barreiras às mulheres nos países em desenvolvimento.